segunda-feira, 15 de outubro de 2012
DOS DEVERES E OBRIGAÇÕES DO POETA
é dever do poeta
repatriar o poema
ao seio da noite
em que foi gerado
repartir o pão
das palavras com
os que não o têm
é dever do poeta
dizer não quando
o sim pode ferir o
menor não é dever mas
obrigação do poeta
é obrigação do poeta
ir à forra em nome de
todos ainda que o inimigo
lhe sangre o verso
é dever e obrigação
do poeta tocar o barco
ainda que ele corra o
risco de navegar sozinho
15-10-12_
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Júlio Saraiva
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domingo, 14 de outubro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
POEMA OBSCURO
tenho um gosto de cacos de vidro na boca
mas posso ouvir da janela o dobrar dos sinos do convento carmo
teresa de ávila - a grande doutora - não quer ser mais minha amiga
joão da cruz não me recita mais os seus Cânticos
teresa de lisieux despreza o meu rosto
e manda dizer que não sou digno das suas rosas
meus santos todos se cansaram de mim
sou um homem sem prece e sem rumo
a caminhar torto pela Rua Direita
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Júlio Saraiva
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quinta-feira, 11 de outubro de 2012
PECCATA MUNDI
noite alta
quando deus boceja
e cansado da criação do mundo vai dormir
os anjos escapam dos vitrais
despem-se de suas asas
e vão fazer sexo
na sacristia das igrejas
11-10-12
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Júlio Saraiva
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